terça-feira, 18 de maio de 2010

Ludicidade e Educação: um avanço na compreensão - como consideramos a ludicidade nos processos pedagógicos?

A ludicidade, etimologicamente tem origem na palavra "ludus", que significa jogo. Com o seu significado ligado à vários aspectos das dimensões de evolução e desenvolvimento humano, o lúdico, se caracteriza por ser espontâneo, funcional e satisfatório. As atividades lúdicas têm sentido em si próprias, permitem a ação, a atitude individual e a descoberta dos próprios potenciais, assim como dos próprios limites em relação aos conhecimentos em questão.
Idealmente, o lúdico seria fundamental para um processo educacional de aprendizado e formação humana em que se considera importante a criação de uma base psicológica e física harmoniosa, para a criatividade e a participação social crítica, com "apreendimento" dos conhecimentos construídos no passado e capacidade de enxergar a realidade e a forma construtiva de utilizá-los.
Portanto, “É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade". (MARCELINO, NELSON.C.,1996.p.38)
Entretanto, é comum a utilização do lúdico como uma estratégia "barata" de convencer a criança do que é importante ser aprendido, e de que a principal "detentora" do conhecimento é a professora. Neste caso o aluno, etimologicamente a(sem), luno(luz), é o indivíduo passivo que deve estar disposto e aberto a receber os conhecimentos, as repreensões e os controles dos(as) professores(as) e instituições.
O sentido real e a importância fundamental do lúdico no processo educacional parecem ser muito revolucionários, nos levam a enxergar uma nova forma de aprender e aprender a gostar de viver e aprender, sendo também assustadora, pois há um padrão de referências inculcado na mente de muitas pessoas, que se sentem presas e seguras, mesmo que angustiadas, há uma lógica bárbara, desumana, criada e alimentada por nós seres humanos.
Criamos nossa gaiola, vivemos aflitos nela, mas temos medo de voar livremente, pois já esquecemos como é a liberdade.

Na teoria, chegamos a compreender que o aprendizado acontece a todo momento, intrínseco à condição humana, de uma forma não linear e tão controlável e generalizada, como se prevê as formas de ensino e avaliação utilizadas e que o professor deve estar apto a organizar os conhecimentos e mediar o processo de aprendizado com sua maior capacidade reflexiva, técnica e experimental das áreas em que ocupa o papel de educador. No entanto, na prática, pouco se vê formas mais dinâmicas, inteligentes e funcionais nos processos de transmissão / apreensão / construção de conhecimentos úteis, ou com sentido interno e/ou externo.

Penso que um bom exemplo prático de dinâmica de ensino é o desta disciplina. Apesar de não termos um caráter objetivamente lúdico, temos este espaço de troca, transmissão e construção de conhecimento que nos permite atuar ludicamente e incluir este aspecto enquanto escrevemos, relemos o que escrevemos e temos contato com o que os demais colegas escrevem.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Lúdico e Educação

O processo educativo, que tanto discutimos, estudamos e participamos, faz parte desta aventura que é a vida. Aventura que tem sim seu aspecto de seriedade, trabalho e compromisso, mas que não impedem, inclusive acontecem de forma muito mais eficaz, se soubermos parar com a produção desenfreada. Exigir além dos nossos limites só é muito bom para causar irritação, stres e doença, e também muita falta de educação em todos os sentidos desta expressão. Entra aí o lúdico, a brincadeira, a pausa, a subversão ou inversão de algumas coisas já colocadas, que alimentam, e encantam a alma, permitindo um melhor funcionamento do organismo e suas faculdades físicas e intelectuais, pois experimentamos a possibilidade da liberdade inata ao milagre da vida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Estética

Para nós que fazemos a disciplina Dimensão Estética da Educação, não há nada mais justo que entender, com a ajuda do textos que lemos antes da aula e durante esta, e com as explicações do professor, dialogando com nossos referenciais e ideias pré-concebidas, o que é a ciência da estética.
Para nosso senso comum, desenvolvido e legitimado culturalmente, com uma educação que limita, controla e bloqueia nossa possibilidades, capacidades e habilidades de dedicar nossa atenção para o refinamento dos sentidos e suas competências perceptivas, conceituamos superficialmente a estética como o que é aparente e tem como objetivo final, ou já representa o belo. O belo do físico, da simetria corporal, das proporções padronizadas como ideais. No entanto, a estética é fundamentalmente a ciência ou consciência da sensibilidade e da percepção humana. E educar para a superação da barbárie é necessariamente educar para o aperfeiçoamento dos sentidos, para o aprimoramento da sensibilidade, pois seres humanos atentos, perceptiveis e sensíveis podem construir uma realidade além do caos do passado e deste que vivemos e prevemos para o futuro.