terça-feira, 6 de abril de 2010

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Mais compreensões ... !?

Continuando a análise/estudo do texto e a compreensão dos signos e significados da era da rerodutibilidade técnica e o(s) objeto(s) de arte, hoje escrevo sobre a diferença entre o valor de culto e o valor de exposição. Estes, citados e explicados por Benjamim e pelo Professor na aula de hoje, podem ser "sacadas" fundamentais para perceber como se constrói ou se cria o contexto e os acontecimentos, assim como ter conscientemente um posicionamento diante do jogo da vida e o sentido de nossa presença como cidadão, produtor, consumidor, formador, em formação e educador, assim como das possibilidades de utilização dos instrumentos disponíveis.

Tratemos então, sobre o que é o valor real de um objeto. Qualquer produto se resume na soma do custo de duas ou mais matérias primas e o tempo gasto para gerar esta novidade, resultado da união de materiais diferentes e da força e poder de trabalho e criação do homem. Este é seu valor. No capitalismo, pelo fato de mediarmos as trocas com a moeda de troca (dinheiro) se tem o valor do produto traduzido em quantidade de dinheiro. A este produto, é agregado os impostos que podemos decodificar como a ocupação de um determinado espaço ou segmento do mercado e/ou do governo, traduzidos também em dinheiro. Por fim tem-se a mais valia, o lucro. Este permite o acumulo do dinheiro/ do capital que representa e de fato proporciona poder nas relações sociais gerais. Este lucro, ou mais valia, varia de infinitas formas e isto se dá não mais por fatores concretos, mas sim por fatores simbólicos, sútis que estão ligados ao ego do ser humano. O prestígio, o reconhecimento, a expectativa em torno de um produto muda em questão de instantes seu valor.

O valor de culto, esta ligado a importância que se dá para algo único, distante, misterioso, perto do desconhecido. Este valor se dava pela possibilidade de expectativa, esperança, que se cria por algo distante, longe de ser alcançado. Isto aguça e estimula a ansia do ser humano pelo o que não conhece, pela raridade, pela novidade. Também estimula os projetos, planos para a próxima possibilidade de encontro, sempre distante e difícil. Híper-valorizando aquilo que com muito esforço poderá ser visto, quem sabe tocado, e quase que impossivelmente comprado ou possuído.

Com a reprodutibilidade técnica, tudo torna-se mais próximo, acessível. Não se precisa ir a nenhum lugar para ver nada. De qualquer lugar se vê tudo. Compra-se cópias de tudo. Tem-se imagnes dos mais diverso objetos e lugares dentro da casa própria. Sendo assim, com a facilidade da visão, do contato, inverte-se a situação antes vivida, tem mais valor aquilo que é mais visto, mais procurado, mais comentado. O que está em evidência é valorizado. Entra aí a passagem do valor de culto para o valor de exibição, atribuídos as obras de arte antes, nos momentos de transição e na Era da reprodutibilidade técnica. O valor de exibição aumenta quanto maior for a quantidade de possoas que valorizam a exibição de algo. Para criar um contexto de exibição que será reconhecido deve-se criar um fato, algo que que se relaciona com aquilo que permeia o inconsciente coletivo. Quanto mais pessoas forem influenciadas a valorizar, esperarem a exibição, mais valor ela tem. A própria quantidade de pessoas vendo, e a disputa entre elas, torna um prêmio, uma vantagem, obter algo sobre aquilo que está sendo visto por todos.

Hoje em dia, podemos perceber o acontecimento disto em todos os meios de comunicação, nas construções das carreiras artísticas, nos jogos políticos, nas salas de aula, nos lares e encontros sociais. No entanto percebo que o comportamento humano em situações e resultados coletivos, está sempre oscilando entre valorizar exarcebadamente o que é raro e distante ou aquilo que aparece em todo lugar. Fora de uam situação de equillíbrio, e na profunda necessidade desta, o homem vária entre atitudes opostas, contraditórias, produzindo uma realidade, reflexo de sua confusão interior.

Talvez seja um bom papel da educação se desconfundir e tentar clarear sua própria situação e partir para ações mais equilibridas, baseadas na vida real e a favor dela. Pois estamos cada vez mais distante da vida, longe do que somos, perdidos em idéias, ideais e imaginários que se tornam fundadores de uma "realidade" em sono profundo, sonhando com uma vida não vivida e acordada pelos pesadelos das injustiças, desigualdades, desumanidades, preconceitos e fome.

Indico uma música: "Só Deus pode me julgar" de MV Bill, para ajudar nesta observação, e quem sabe ajudar no despertar e decisão de viver conscientemente.