terça-feira, 23 de março de 2010

Notas e compreensões de outrora e de hoje

Vivemos num contexto de um mundo inventado, subjetivo e inconsciente, que na relação com a natureza, e a pártir da percepção de que somos parte desta, está em permanente mudança.

Nos encontramos numa "época" histórica-econômica-social em que a facilidade da aproximação e reprodutibilidade das criações e bens humanos é um fato. Atendendo aos impulsos, as necessidades e aos desejos físicos e psicológicos do homem que é o controlador do sistema e é controlado por este, que é alimentado por peças mecânicas, condicionáveis, dentro de uma lógica "racional", criada, baseada nos medos e desejos do ser humano, sempre vinculada ao passado(medos) ou programada para o futuro(desejos), perde-se a percepção e o valor do momento presente. Somente a presença no aqui e agora é real, única, autêntica, e esta não é mais conscientemente percebida pela maioria das pessoas, portanto não tem valor, a aura não tem visibilidade, não é notícia, não gera prestígio, dinheiro ou poder. Além de não ser conscientemente percebida, não é interessante para quem "tem" o poder nesta lógica atual que a aura seja percebida e valorizada socialmente, economicamente, pois haveria uma reação diferente e imprevisível das pessoas. A previsibilidade e o condicionamento, a mecanização ou cópia das ações humanas é fundamental para manter os instrumentos e estratégias de controle do poder e manutenção da desigualdade de qualidade de vida e oportunidades de acesso ao esclarecimento funcionando.
No entanto, a aura, o encantamento do momento presente de cada ser humano, acontecimento, objeto ou obra da arte sempre existiu e sempre existirá em cada espaço e tempo, pois nenhum momento se repete, por mais que seu produto seja copiado infinitas vezes com o mesmo material.

O texto que lemos, faz uma abordagem complexa e detalhada a respeito desta aura, da autenticidade presente em obras de arte, em tempos em que a aproximação e a cópia não eram possíveis, que entra em declínio quando se desenvolve a capacidade da reprodutibilidade técnica.

Compreender cada vez mais claramente este processo é fundamental para nos tornamos agente de nossas ações e decisões diante do mundo e contextos específicos em que vivemos, construímos, refletimos, absorvemos, criamos e reproduzimos. Principalmente quando nos encontramos no papel de professor, educador, que vai mediar uma situação de aprendizagem e possibilitar um esclarecimento na visão de mundo em vários aspectos.

Renata Maria S. M. S. Fonseca